Quando aterrissei em Lisboa eu não sabia muito o que esperar da capital portuguesa. Há anos lemos que o país está quebrado e que o desemprego está alto. Porém, a situação que encontrei na cidade é bem diferente disso.
No auge da crise, em 2012, a economia portuguesa caiu 3,2% e o desemprego atingiu 18%. Em 2017, o país teve uma taxa de crescimento de 2,7% e o desemprego caiu para menos de 10% – pela primeira vez em quase uma década.
Essa retomada da economia portuguesa pode ser sentida na capital Lisboa. Antes vista apenas como destino turístico, a cidade se tornou a queridinha dos startupeiros – europeus ou não.
Com custos bem menores do que os dos seus vizinhos europeus (encontrei 400ml de cerveja por €1,50 num bar local, enquanto pagava no mínimo €5 na Itália) e alta qualidade de vida, Portugal é um ótimo destino para brasileiros e brasileiras que pretendem morar no velho continente.
Se você é um(a) desses(as) brasileiros(as), continue lendo. Se você conhece um(a) brasileiro(a) que tem essa vontade, envie o texto para ele(a).
A cena de startups em Lisboa
Para ficar por dentro da cena de startups de Lisboa, uma dica é ler o Startup Guide: Lisbon. Como o nome sugere, este é um guia para quem quer entender o ecossistema de startups de Lisboa. Tem várias dicas legais para quem quer fazer negócios na cidade.
Portugal tem investido bastante no seu objetivo de ser tornar o maior hub tecnológico da Europa – aliás, Lisboa já é chamada carinhosamente de “California europeia”.
Basta dar um rolê pela LX Factory para respirar um pouco dessa vibração jovem da cidade. O antigo complexo industrial, antes abandonado, foi totalmente reformado e hoje abriga diversas lojas, livrarias, cafés, restaurantes e espaços de coworking – fica a dica, Imbituba.
Abaixo, algumas fotos que a Laís fez na LX Factory.
Além disso, desde 2016 o Web Summit, maior evento de tecnologia da Europa, acontece em Lisboa. O governo de Portugal, a Câmara Municipal (equivalente da Prefeitura) de Lisboa e várias entidades de tecnologia se mobilizaram para atrair o evento, que nasceu em Dublin, na Irlanda, em 2010.
Na edição de 2018, que acontecerá nos dias 5 e 6 de novembro, será anunciado oficialmente o Programa de Intercâmbio de Startups do Brasil e de Portugal, iniciativa que estreita ainda mais os laços dos ecossistemas empreendedores dos dois países.
Também foi neste evento, em 2017, que o governo português anunciou o StartUp Visa. E é disso que vamos falar a seguir.
StartUp Visa Portugal: a chance de escalar um negócio dentro da União Europeia
>> Leia também: Estônia lançará visto para nômades digitais
O governo português tem feito muitos esforços para garantir que a economia do país cresça rapidamente baseada em ideias inovadoras, principalmente ligadas à tecnologia. Em janeiro deste ano, Portugal deu um passo importantíssimo na sua busca para ser reconhecido como o país europeu das startups.
Com a criação do StartUp Visa, o governo português abriu suas fronteiras para que cidadãos de todo o mundo criem empresas inovadoras em Portugal e obtenham permissão de residência no país. O legal é que, se você já tem uma startup, também pode se candidatar ao programa e se mudar para Portugal, passando pelo mesmo processo de avaliação que as novas empresas passarão, porém, com a vantagem de ter um projeto mais estruturado para apresentar.
Todo o processo de seleção é feito online e você pode conferir o edital neste link. Para conferir o comunicado oficial do governo português sobre o StartUp Visa, bem como informações adicionais, acesse este link.
O programa conta ainda com uma lista de incubadoras certificadas, as quais acolherão os empreendedores brasileiros, oferecendo o apoio necessário para o desenvolvimento das startups. A lista das incubadoras certificadas pode ser consultada no site da IAPMEI, agência do governo que oferece apoio à formulação de medidas de inovação e de sustentabilidade empresarial.
O StartUp Visa, porém, não implica em nada na existência do já conhecido visto de empreendedor – como veremos no próximo tópico.
Visto para empreendedores e oportunidades para brasileiros em Portugal
Com o intuito de atrair empreendedores estrangeiros para o país, Portugal oferece um visto especial, chamado visto D2, para cidadãos que pretendam investir ou abrir uma empresa no país.
Para o empreendedor brasileiro, o primeiro passo para abrir uma empresa é solicitar um Número de Identificação Fiscal (NIF), que corresponde ao nosso CPF. Para obter o visto D2 é preciso comprovar um investimento mínimo de €5 mil – o que pode ser feito mediante a apresentação de extratos bancários, por exemplo.
O visto de empreendedor não tem uma avaliação tão rigorosa quanto o StartUp Visa e não tem qualquer exigência para criação de emprego qualificado. Também não existe a obrigatoriedade de gerar um grande volume de negócios.
De modo geral, enquanto o StartUp Visa tem um foco muito grande em ideias inovadoras, o visto para empreendedores é concedido para pessoas que já empreendem no Brasil – incluindo aí os nômades digitais.
Você pode conferir todos os requisitos para conseguir o seu visto de empreendedor e as demais oportunidades para brasileiros em Portugal acessando o site do Consulado Geral de Portugal em São Paulo.
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