Muita gente nos pergunta sobre nossas cidades favoritas para viver como nômades digitais, quais lugares nos surpreenderam e como é trabalhar viajando. Então, decidimos criar uma lista com nossas cidades preferidas e nosso ponto de vista sobre cada uma.
Vale lembrar que esta lista não é feita com base em nenhum site ou ranking técnico. O critério, neste caso, foi nossa experiência pessoal com cada lugar e como foi trabalhar e viver em cada um deles.
1) Lisboa, Portugal
Talvez o Matheus vá me matar quando ver que Roma não é a primeira da lista. Bom, eu amo Roma e isso não é segredo para quem me acompanha no Instagram. No entanto, a cidade que mais me chamou a atenção em nossos três meses vividos na Europa – falando de trabalho estritamente – foi Lisboa.
A cidade, apesar de antiga e histórica, é muito moderna e jovem. Há inúmeros turistas, mas existem também pessoas trabalhando e se conectando, criando e fazendo acontecer.
A cena de startups e tecnologia é muito vívida, e a cidade chega até mesmo a ser comparada com San Francisco, na Califórnia.
Por isso, é muito fácil encontrar pessoas trabalhando e desenvolvendo projetos nas mais diversas áreas. E isso torna a cidade um ótimo lugar para criar um bom networking.
Um dos lugares que mais nos chamou atenção foi a LX Factory, uma fábrica abandonada que virou uma espécie de Camden Market – aquele de Londres no bairro que a Amy Winehouse morava. Os prédios, antes abandonados, deram lugar à modernos restaurantes, lojas, estúdios, galerias de arte e paredes pintadas com grafites.
Além disso, Lisboa é uma cidade muito global e existem cafés lindos e modernos, com opções de comidas saudáveis e deliciosas e a Wi Fi está presente em quase todo lugar.
Outro ponto importantíssimo é o custo de vida. Viver em Lisboa e arredores é muito barato quando comparado a outras cidades na Europa. É possível comprar um ticket mensal de metrô por cerca de € 40 (set/2018) – o valor varia de acordo com a região abrangida pelo metrô . O Uber também é barato: um trecho de 15km custa, no máximo, € 15.
E por último, mas não menos importante, um copo de 450ml de cerveja custa € 1,50 num barzinho da rua do Ascensor da Bica – nós do befreela achamos que saber o preço da cerveja é fundamental.
2) Roma, Itália
Quem me conhece sabe o quanto amo Roma, mas poucos sabem os motivos, então lá vai:
A cidade é extremamente artística e inspiradora. É inundada por turistas? É! Mas, isso não tira o seu brilho.
Cada esquina, cada rua, tudo é um pedaço vivo da história que aprendemos lá na escola. É o berço da nossa civilização e de artistas como Michelangelo, Rafael e tantos outros. Há colinas lindas com vistas incríveis para a cidade e suas belezas.
Além disso, cada cantinho, cada restaurante, te inspira a sentar, tomar um bom café (ou Aperol Spritz) e ver a vida passar – enquanto escreve uma crônica, talvez?!
Roma inspira a ser artista e a refletir. A palavra que usaria para definir a cidade é “boêmia”. E eu amo este estilo de vida, por isso me apaixonei.
Mas, fora todo esse amor incondicional e artístico, a região central de Roma é bem pequena, portanto é possível atravessá-la em cerca de uma hora de caminhada.
Além disso, o transporte público é barato. É possível comprar um ticket para o mês – que engloba metrô, tram – o trêm elétrico – e ônibus por € 35.
O único ponto negativo, com relação à transporte, é que o Uber é caro. Na Itália, os motoristas precisam tirar uma licença para operar um veículo que leva passageiros. Então, o UberX e o UberPOOL não existem. A única opção é o Black, onde um trecho de cerca de 20km – distância do aeroporto Fiumicino à Trastevere – custa cerca de € 65.
Já a comida é relativamente barata, principalmente se você fizer compras no supermercado. Nós, vivendo em dois, costumávamos gastar cerca de € 50 por semana no supermercado – isso comprando besteiras, tipo chocolate e cerveja. Já uma boa refeição em um restaurante custava entre € 30 e € 40 – com bebida alcóolica.
A comida, por sua vez, é deliciosa e há inúmeras opções de comida italiana, além das abundantes gelaterias. A mensalidade nas academias também não é cara, ficando entre € 60 e 70 euros por mês, se você precisar queimar todas as calorias ingeridas.
Outro aspecto legal é que há pessoas de todo o lugar do mundo e, se tiver sorte, pode encontrar amigos para a vida ou ao menos pessoas incríveis para trocar experiências entre um Aperol e outro.
Além disso, os italianos são um caso à parte. Um dos povos mais queridos e receptivos que já tivemos contato. Fazem de tudo para te atender bem, são super solícitos e a maioria deles – em Roma – fala um inglês que beira o perfeito – o que é ótimo se você não fala italiano.
A única coisa da qual sentimos falta foram os coworkings, que não conseguimos encontrar. Porém, existem alguns cafés ótimos para trabalhar – um pouco mais afastados do centro turístico – em que é possível trabalhar tranquilamente e encontrar algum nômade digital tão apaixonado pela cidade quanto você.
3) Cidade do México, México
Que surpresa foi a Cidade do México! Nós estávamos muito receosos de visitá-la. Seja pelas notícias de insegurança e violência, ou pelo terremoto que tinha acabado de atingir a cidade. Mas, não poderíamos estar mais errados.
Bem, o caminho do Uber até nossa hospedagem não foi um dos mais bonitos – lembrando muito as áreas mais precárias de São Paulo. Porém, quando chegamos no bairro em que iríamos nos hospedar, Roma – sim, ironia do destino, estamos fadados a amar Roma em qualquer lugar do mundo –, nossa visão se transformou.
Ao caminhar pelo bairro, um distrito residencial, encontramos ruas amplas e arborizadas, livrarias e lojas perfeitamente decoradas, além de cafés e restaurantes lindos e perfeitos para um dia de trabalho. Há ótimas opções de comida internacional e mexicana.
O custo de vida é baixo e você pode se locomover facilmente usando o metrô – que é tranquilo fora dos horários de pico – ou pegar um Uber. Lá, um trecho de cerca de 12km custa mais ou menos 180 pesos mexicanos – o que dá R$ 38 reais (set/2018).
Sobre a segurança na Cidade do México, o recomendável é que você ande nos bairros mais seguros, como Roma, La Condessa, Coyoacan, etc. Também é recomendável que você não ande com seus bens valiosos expostos.
Mas, por onde andamos, em momento algum nos sentimos ameaçados ou com medo. A recomendação que os locais nos deram foi apenas de cuidar de seus pertences e de não sair caminhando à noite. Nesse caso, é melhor pegar um Uber.
Sobre a vida na cidade, mais especificamente em Roma Norte, há muita gente jovem e muitos artistas. Você encontra pessoas de todos os cantos do mundo por lá, portanto, é um ótimo lugar para fazer um networking.
Além disso, o povo mexicano em si é extremamente simpático e receptivo. Mesmo com nosso espanhol um pouco precário eles se esforçavam para nos atender e ajudar da melhor forma. Ainda sonho em voltar para lá e ficar pelo menos um mês vivendo na cidade.
4) Chiang Mai, Tailândia
Chiang Mai, na Tailândia, é uma daquelas cidades que toda lista de nômades digitais inclui. A nossa não poderia ser diferente. Entretanto, ela entra na nossa lista, talvez não pelos mesmos motivos de todos.
A princípio, achamos a cidade um pouco “difícil”. Isso porque o transporte público – aquele de verdade e organizado, como metrô e ônibus – é praticamente inexistente.
Eu gosto muito de me locomover com facilidade e também de ficar em uma região onde possa fazer as coisas a pé, o que não foi o caso. Portanto, precisamos recorrer aos Tuk Tuks ou àquelas caminhonetes chamadas de “Red Trucks”, que são tipo um pau de arara. Também tem o Uber, mas geralmente custa um pouco mais caro que as caminhonetes.
Entretanto, apesar de ter cerca de 170 mil habitantes, o trânsito é bem mais tranquilo e as pessoas são mais felizes e hospitaleiras do que em Bangkok.
Mas, tirando a “chateação” do transporte público, a cidade é ótima, jovem e dinâmica.
O custo de vida em Chiang Mai é barato, há inúmeros cafés e restaurantes deliciosos e baratos, além de o preço de tudo, no geral, ser muito baixo – até mesmo quando o real está desvalorizado como agora.
Para se ter uma ideia, uma refeição para duas pessoas em um restaurante bom custava, em média, R$ 35. Enquanto o transporte, duas pessoas em um Red Truck num trecho de 6km, custava R$ 8.
Fora o custo de vida em si, o preço das passagens aéreas é muito barato – o que quer dizer que você pode ir para uma ilha paradisíaca por muito pouco. Nós, por exemplo, comprávamos passagens para viagens com duração de uma a duas horas por cerca de R$ 200,00.
Além disso, como a cidade é muito popular entre os nômades digitais, há também ótimos coworkings e cafés com internet super rápida. E o mais legal é que você pode encontrar com pessoas de qualquer lugar do mundo trabalhando com qualquer coisa.
Foi lá, inclusive, que arrumei meu primeiro trabalho como fotógrafa fora do Brasil. Isso aconteceu por acaso, quando encontrei num café um senhor de 69 anos que é nômade digital. As pessoas, por lá estão muito abertas à esta troca de experiências, o que é incrível e pode gerar oportunidades incríveis.
Outro ponto legal é que a cidade é cheia de lindos templos budistas, aulas de culinária tailandesa, santuários de elefantes e parques cheios de belezas naturais.
Por fim, é claro que existem outras cidades que facilmente entrariam na lista, como Praga, Berlim e tantas outras. Entretanto, algumas delas visitamos antes de nos tornarmos nômades digitais, portanto não podemos afirmar, com propriedade, que são bons lugares para trabalhar.
Além disso, ainda estamos longe de ter visitado todas as cidades do mundo, então é provável que estejamos deixando algum lugar incrível de fora.
Você tem alguma cidade em que já trabalhou enquanto viajava e que recomendaria para nós como um próximo destino? Nos conta aqui nos comentários qual é! Adoraríamos saber!
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