O que é economia criativa? Tudo que você precisa saber sobre o assunto

Em um relatório exposto pelo SEBRAE, revela-se que a economia criativa corresponde a 2,5% do PIB brasileiro.

Ainda que a participação lucrativa não seja tão expressiva quanto outros setores, esse segmento tem mostrado um crescimento acelerado, tanto em solo brasileiro quanto em outros países, em comparação a setores da economia tradicional.

Englobando conceitos de tecnologia, cultura e criatividade, a economia criativa se mostra forte mesmo em momentos de crises e pode ser a grande aposta para o desenvolvimento econômico, gerando valor e criando empregos.

Conheça mais sobre a área agora:

Qual a definição de economia criativa?

De acordo com o Plano da Secretaria da Economia Criativa, a definição de setores criativos é:

“são todos aqueles cujas atividades produtivas têm como processo principal um ato criativo gerador de valor simbólico, elemento central da formação do preço, e que resulta em produção de riqueza cultural e econômica.”

Entende-se assim o conceito de economia criativa como um grupo de atividades e iniciativas relacionadas à criatividade, cultura e tecnologia que podem causar grandes impactos positivos na economia.

Engloba tudo ligado à produção e distribuição de serviços criativos que gera receita, a comercialização de ideias inovadoras. Pode ser o desenvolvimento de um aplicativo prático para o cotidiano, a produção de um filme ou a implementação de uma plataforma online de financiamento coletivo.

A proposta desse segmento é incorporar processos, projetos e ideais com base na criatividade para desenvolver produtos e serviços atrativos.

Segundo Tom Fleming, uma das referências no assunto, podemos considerar que a economia criativa se apoia nos seguintes pilares:

      • Pessoas;
      • Propriedade intelectual;
      • Espaços de criatividade;
      • Infraestrutura digital;
      • Dinheiro;
      • Retrato;
      • Alavancagem.

A FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) ainda realizou um mapeamento que atribui três categorias ao segmento:

      • Indústria criativa propriamente dita: onde as ideias criativas representam as atividades principais de empresa ou profissional;
      • Atividades relacionadas: projetos que fornecem serviços ou materiais para a economia criativa;
      • Apoio: iniciativas que contribuem de maneira indireta para o segmento.

Quais são os nichos deste tipo de economia?

Quando o assunto é criatividade, o horizonte é basicamente infinito. As ideias são expansivas e possuem vida própria. Contudo, para facilitar o planejamento e direcionamento de estratégias, estabeleceu-se vinte setores englobados pela economia criativa.

Conheça abaixo:

      • TV
      • Rádio
      • Música
      • Artes visuais
      • Artes cênicas
      • Audiovisual
      • Moda
      • Arquitetura
      • Gastronomia
      • Artesanato
      • Design
      • Cultura popular
      • Games
      • Animação
      • Publicidade
      • Literatura e mercado editorial
      • Softwares aplicados à economia criativa
      • Turismo cultural
      • Eventos
      • Entretenimento

Qual o objetivo da economia criativa?

O objetivo principal da economia criativa é viabilizar projetos pautados na criatividade e na arte, possibilitando a geração de empregos e distribuição de renda entre profissionais que atuam fora dos setores da “economia tradicional”.

As estatísticas já demonstram como a economia criativa é significativa para o Brasil e para o mundo. Já são milhões de profissionais ao redor do globo que fazem parte do segmento.

Em alguns países desenvolvidos, o crescimento da economia criativa é três ou quatro vezes maior do que o da economia em geral, inclusive em meio a crises e cenários instáveis, representando assim uma solução bastante otimista.

Pautando-se na criatividade, na cultura e na história de comunidades, é um segmento que se mantém forte mesmo em períodos de incerteza.

Economia criativa no Brasil

O termo “economia criativa” foi usado pela primeira vez na década de 1980 pela antiga primeira-ministra da Inglaterra, Margareth Thatcher. Já no Brasil, o termo foi abraço um pouco depois.

Hoje em território nacional, consideram-se quatro grupos relacionados à economia criativa:

      • Mídias (audiovisual e editorial);
      • Cultura (patrimônio, artes cênicas, expressões culturais e música);
      • Consumo (design, moda, publicidade e arquitetura);
      • Tecnologia (biotecnologia, TIC e pesquisa e desenvolvimento).

Em 2011 surgiu a Secretaria da Economia Criativa (SEC), que atua com o objetivo de organizar, divulgar e desenvolver iniciativas de fortalecimento e consolidação da economia advinda de atividades culturais no Brasil.

No mesmo ano, também foi formulado Plano da Secretaria de Economia Criativa, mencionado anteriormente, de modo a direcionar e implementar políticas públicas no setor com o apoio de Ministérios de áreas relacionadas à tecnologia, trabalho e cultura.

Ainda que o Brasil apresente grande sucesso na criação de expressões culturais singulares e na transformação delas em produtos e serviços, o orçamento dedicado aos setores criativos ainda é pequeno.

As principais iniciativas e vagas de empregos formais do segmento se concentram em grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte.

Como ganhar dinheiro neste mercado?

Para ganhar dinheiro com a economia criativa hoje, uma boa dica é se utilizar do poder da internet. Muitas iniciativas nascem a partir dela devido ao baixo custo de implementação e alto poder de divulgação, alcançando não somente o público local como global.

Trace um plano de negócios e aja com profissionalismo desde o início, buscando montar uma reserva financeira para emergências e tomar decisões seguras, contando com fornecedores confiáveis e respaldando-se legalmente.

Capacite-se com cursos formais e/ou livres, faça networking e utilize as redes sociais ao seu favor.

Você pode criar abrir uma loja de canecas personalizáveis, desenvolver uma rede social ou aplicativo segmentado ou montar uma empresa de consultoria. As opções são muitas, conheça alguns exemplos a seguir.

Exemplos de economia criativa: cases de sucesso

Para além do conceito de economia criativa, seu panorama nacional e as possibilidades de ganhos, veja agora alguns exemplos concretos de iniciativas criativas que deram muito certo:

Catarse

Criada em 2011, a plataforma digital surgiu com o propósito de possibilitar o financiamento coletivo de projetos, assim viabilizando seu desenvolvimento e implementação.

Funcionando através de planos e recompensas, o sistema de crowdfunding permite que pessoas comuns contribuam com os projetos. Caso o projeto em questão não atinja o valor máximo que precisa para acontecer, o valor doado por cada um é reembolsado.

O lucro do site acontece em cima da comissão cobrada de cada projeto que atinge o teto para acontecer.

Beliive

Na Beliive, as pessoas trocam o tempo livre por serviços diversos. Como assim? Uma vez que você se cadastra na plataforma, recebe 5 moedas virtuais que utiliza para “pagar” pelo serviço de outro usuário. Cada moeda equivale a uma hora do tempo de alguém.

Ou seja, pode utilizar moedas para contratar alguém que revise seu trabalho acadêmico, te dê uma aula de Espanhol ou ofereça uma mentoria de oratória.

Além disso, você mesmo pode disponibilizar uma atividade na qual tenha talento, oferecendo serviço para outros usuários e ganhando mais moedas.

Only Much Louder

Esse negócio nasceu na Índia com a proposta de agenciar artistas musicais locais e independentes, hoje também conta com uma gravadora e uma produtora de vídeos próprios.

Graças ao sucesso do projeto, vários festivais e eventos puderam ser realizados ao longo de todo o continente asiático.

Conheça ainda algumas dicas de criatividade para te ajudar a desenvolver a sua ideia.

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Gabriela Araujo
Gabriela Araujo
Sou tradutora, redatora e escritora, baseada no Rio, com graduação em turismo pela universidade federal UNIRIO. Sou autora de "Quando sentir, escreva", um livro de poesias, e também dos contos "Ainda bem que temos o Charme" e "Poeira estelar". Além disso, escrevo no meu blog pessoal e no blog "Negra em Movimento" onde abordo questões raciais, feminismo e turismo responsável.

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